sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Postado por umalguém às 19:32:00
Conte-me o que tem feito para distrair sua distração? Mostre-me como tem sido inúteis todas as suas tentativas de criar uma canção? Viveríamos bem, dançaríamos a luz do luar, com o brilho das estrelas a nos prestigiar, tudo seria nosso. Conte-me como foi seu dia, seu trabalho, sua rotina. Isso não lhe incomoda? Tudo sempre tão igual, noticias, livros, horários, isso não lhe assusta? Me diga .. E aquele livro, como vai? Ainda em sua estante? Terminou o número 5? ou era 4 que você lia ... falávamos de tantos, que acabo confundindo-me, me perdoe meu amor ... E seus amigos? Continuam tocando, estudando, poetizando? Aposto que outro lançará um livro neste ano ainda eim .. (risos). Acreditas que ainda não dei fim nos teus livros? Todos aqui, ao lado de minha cabeceira ... prontinhos e marcadinhos para ler, num dia qualquer onde não me surja o que escrever, ou num dia em que não possa te ver, afinal eles me deixam mais perto de você, parece brincadeira ... mas eles vem com seu cheiro, cada página parece que vejo você sorrindo e me explicando as palavras que não consigo compreender. Tava lembrando dos momentos que passamos juntos, lembra aquela vez no super de praia, quando atirei pacotes na prateleira por ficar com a consciência pesada, pois os mesmo estavam no chão? Você se recorda? Me chamando de "delicada", pura ironia. Caminhávamos na imensidão da praia e nem ligávamos para os outros, lhe beijei por acaso, você me abraçou e foi tão ... tão ... tão inexplicável! Éramos os melhores. Enchias me saco para beber, rias das vezes em que fazia certas caretas rejeitando a tua bebida. Eu cantava Tim Maia, tu tocava gaita de boca. Eu te chamava pra dançar e tu ria, rejeitando minha dança e eu ria mais ainda, afinal ficavas "nervosinho". Ouvíamos músicas juntos, mas não até o final, por que sabes que não consigo. Tocavas meus cabelos, discutíamos sobre a situação da cidade e ríamos. Eu lembro que íamos pro cais, eu deitava sobre teu colo e tu suavemente passava as mãos sobre meus cabelos, era tão ... tão ... bom! Dias de ventos e chuva não eram problemas, lá íamos nós, tomar nosso cafezinho, caminhar a toa. Prometias que não teria fim e eu acreditava ... Mas tal promessa, foi de muita inutilidade .. afinal, num piscar de olhos, sumis-te. Deixasse-me com as lindas e deliciosas lembranças dos mais inexplicáveis momentos que passamos juntos, momentos que até então não havia tido e nem tanto sentido. Peço a Deus, forças maiores que me expliquem o fiz de errado. O que aconteceu com a gente? Onde agente foi parar? Cadê os carinhos, a mão nos cabelos, as reclamações, as teorias malucas, beatles na gaita, o sorriso bobo, o óculos torto, a camisa do Pearl jam, a barba que sempre me encantava, a músicas diferentes, as coisas que me falava ao pé do ouvido, o sorriso bobo², a alegria ao descobrir que gostávamos de Beirut, o teu horror a horóscopos, tuas vontades, teus desenhos, tua hq (custei a aprender o que era, mas aprendi viu só: HISTÓRIA EM QUADRINHOS), cadê teus sonhos, tuas inspirações, tua luta, tuas glórias, tuas palavras, teu jeito, teu amor, tudo que me dizias? Pra onde foram? É possível considerar uma grande mentira? Tudo isso não passou de um sonho transformando-se em pesadelo? Ou então fui outra qualquer pra ti? Uma simples distração pros teus pequenos olhos? Não sei ... É impossível ter vivido tanta coisa boa e ser deixado pra trás. É impossível entender, tudo de divino vivido e agora, nem nos meus olhos me olhas mais. Se um dia tu ler isso, espero do fundo do meu coração penses. Eu lembro até do dia em que me dissesse que se um dia não descemos certo, que a nossa amizade, nosso carinho continuaria. E ai te pergunto, cadê? Foi tudo tão fácil até esse ponto? Diga-me que não, por favor. Não quero acreditar que foi tudo em vão, que me doei a um sentimento inexistente a ti, que só querias uma distração qualquer. Não vou te pedir que voltes, não. Não quero que isso aconteça, por mais que escrever tudo isso me machuque, é uma terapia muito boa para tirar da mente "torta" tais lembranças que corroem por dentro. Expus tudo que me é sentido, hoje. 02 de novembro de 2012.

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